Criada pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), o setembro amarelo começou no Brasil em 2015, dado a necessidade urgente de conscientização da população sobre os fatores que levam uma pessoa a tirar a própria vida. O dia mundial de prevenção ao suicídio foi estabelecido para acontecer em todos 10 de setembro.
Como estão as taxas de suicídio no mundo e no Brasil?
Somente no Brasil, cerca de 32 pessoas se matam por dia, um problema que faz mais vítimas do que a Aids e alguns tipos de câncer. No mundo, 800 mil pessoas se suicidam por ano, uma pessoa a cada 40 segundos.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), nove em cada dez casos poderiam ser evitados por meio de tratamento, diálogo e auxílio de entidades protetoras. É de nosso conhecimento que quase 100% das mortes por suicídio estão associadas a algum transtorno mental, principalmente à depressão.
Quais são os riscos que levam uma pessoa ao suicídio?
Uma tentativa prévia de suicídio é o principal fator a uma nova tentativa. A doença psiquiátrica também é risco. Entre estas doenças, a depressão e o uso de drogas, como o álcool, são as principais doenças. As patologias clinicas, como doenças degenerativas e câncer, e o próprio envelhecimento também levam a pessoa a pensar no suicídio como saída.
Atualmente, o índice de mortes também vem aumentando entre os jovens, situação que preocupa as autoridades de saúde pública e que exige maior participação de todos nós. O envolvimento começa compartilhando mais informações e quebrando muitos tabus em relação ao tema suicídio.
Prevenção é a chave para evitar o problema
Assim como a cor vermelha faz menção à campanha de luta contra à Aids em dezembro, rosa ao outubro, quando é o câncer de mama que está em pauta e azul a novembro, em referência ao câncer de próstata, setembro ganhou o amarelo das flores e sol da primavera.
A ideia da campanha é estimular o debate em torno do tema. Afinal, o suicídio é um assunto tabu na sociedade e ainda é pouco discutido, apesar dos dados alarmantes. Inicialmente o dia foi criado em 2003 pela Associação Internacional pela Prevenção do Suicídio, com o objetivo de conscientizar à população.
De lá para cá, houve a adesão de inúmeros países e instituições, com várias abordagens proativas, como vem sendo feito também pela Clínica Selles, que organiza debates e dias de reflexões para motivar os grupos de risco a buscar ajuda, não só com especialistas, mas também dentro da família e com amigos.
Tem monstros debaixo da minha cama
Qual a melhor ajuda quando uma criança grita: – Mãe tem um monstro debaixo da minha cama! Algumas situações conhecidas são: Dizer que eles não existem, travar uma briga de ‘faz de conta’ e retirar o monstro da casa jogando pela janela, deixar a luz acesa para que não voltem, entre outras saídas sem êxito. Eles sempre voltam. A alternativa mais eficaz talvez fosse uma simples pergunta: – Você já conversou com eles hoje? Perguntou o que ele deseja? Sabe qual o tamanho dele?
Conversar com esses monstros, entendê-los e saber o que desejam nos contar faz com que eles saiam do escuro e iluminem nossas vidas. Vamos imaginar que o monstro agora é o suicídio e quanto mais o deixamos escondido no escuro, sem falar sobre ele, mais ele cresce. O caminho é conhecê-lo para poder entender o que quer nos dizer. Bora tentar?
Talvez seja impossível prever quando ou como uma pessoa se suicidará de fato, mas sim, é possível ser prevenido. O tema tem sido tabu por um longo tempo, e não falar de um problema não faz com que ele desapareça, por isso precisamos falar sobre a morte, sobre o suicídio, sobre sofrimento, esses são os monstros que podem estar debaixo da cama.
O diálogo é uma via de amor e compaixão, vale a pena incentivar quem está se sentindo sozinho com seu sofrimento a buscar um auxílio, como o realizado pelo Centro de Valorização da Vida, onde há chats e linhas de ajuda 24 horas todos os dias.
Além disso, a conscientização contribui para a diminuição do número de casos, mais pessoas estarão atentas aos sinais de sofrimento que levam ao suicídio. Portanto, busque e compartilhe informações, participe de debates e não deixe de lado quem você ama e quem necessita de ajuda.
A Clínica Selles reafirma seu compromisso em promover reflexões que contribuam para o esclarecimento e redução de tabus em relação ao suicídio com uma roda de conversa neste sábado, dia 30 de setembro, das 9h30 às 12h30, no Senac de Guaratinguetá. A entrada é gratuita, participe com a gente e ajude a mudar o rumo de tantas notícias ruins que afligem milhões de pessoas ao redor do mundo. Afinal, falar é a melhor solução!
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