• Conhecendo a identidade de gênero e as raízes da intolerância

    O artigo 5º da Constituição Federal de 1988 declara: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”. Mas observamos no cotidiano que existem muitas arbitrariedades, diferenças, violências e preconceitos, principalmente quando observamos as questões relativas à identidade de gênero.

    É fato conhecido que tem gente que nasce homem, mas se vê, sente e age como uma mulher ou vice-versa. Mas não se trata do convencional.

    O convencionalismo social alicerçado em questões culturais faz com que os conflitos cresçam assustadoramente, como a personagem Ivana tem sentido na pele na novela “A Força do Querer”, da Rede Globo, escrita por Glória Perez.

    Diante desta realidade que impõe parâmetros, como o rosa para mulheres, azul voltado aos homens ou meios educacionais e comportamentais totalmente diferenciados por conta do gênero, a sociedade acabou criando estereótipos que não condizem com o eu profundo, já que o que vale é a maneira como cada um se identifica consigo mesmo.

    Nesta estrada surrada pelo tradicionalismo, muita gente sofre, morre, apanha, se vê ridicularizada, enfim, a prática do respeito e amor acaba ficando em segundo plano nas ações de milhares de cidadãos que se dizem “do bem”.

    De olho nisso, a jornalista Giovana Mara escreveu o livro “Mochilando pelo mundo eu”, após ter apresentado o mesmo trabalho como requisito para conclusão do curso na Fatea (Faculdade Teresa D’Ávila), em Lorena. Agora, ela ministra palestras para desmitificar alguns conceitos do mundo LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), como veremos neste post!

    Livro mochilando pelo mundo eu

    “Mochilando pelo mundo eu” da jornalista Giovana Mara

     

    Conheça os conceitos de identidade de gênero 

    Segundo Mara, a identidade de gênero (a maneira como alguém se veste e sente) não está ligada com a orientação sexual.  Nesta realidade, existem vários conceitos tanto de identidade quanto relacionados à sexualidade:

    Cisgênero: pessoa que se identifica com o seu sexo.

    Transgênero: corpo biológico não se corresponde com o sexo (mulher que se identifica com o gênero social masculino ou vice-versa).

    Queer: apesar de significar bicha ou viado nos Estados Unidos, a expressão é utilizada por aqui como forma de resistência do movimento LGBT. “Vale ressaltar que a sexualidade Queer não é auto afirmativa, pois a identidade e expressão de gênero são neutras”, diz Giovana Mara.

    Binarismo: trata-se de polarização dos gêneros masculino e feminino adotados pela sociedade desde o nascimento, criando uma desigualdade entre homem e mulher.

    Travesti: expressão de gênero baseada na forma como uma pessoa expressa a sua personalidade, de acordo com a autora.

    Drag Queen: montagem de homens que criam personagens.

    Crossdresser:  Um modo de expressão. Pode ser confundida com transexualidade ou travestilidade, mas o crosdresser não está relacionado com a orientação sexual. Um homem que se veste de mulher, mas não necessariamente é um homossexual.

    Diante desses diferentes tipos de gênero, os seres humanos desenvolvem atrações e afetos baseados na sexualidade, como o homossexual, bissexual, heterossexual ou assexual (pessoas que não gostam de sexo).

    Sabendo-se que as pessoas nascem gays ou não, uma pergunta pode soar em sua mente: o que explica um marido casado, com filhos, decidir assumir a homossexualidade após vários anos vivendo no modelo tradicional de família? “A pessoa descobre ou cansa de forçar a heterossexualidade para agradar a sociedade”, esclarece a jornalista.

     

    Veja quais são as desigualdades de gênero

    Com a educação familiar e escolar, existe uma forte cobrança social alicerçada nas expectativas criadas ao longo das gerações referentes ao que é “politicamente correto” para homens e mulheres.

    No entanto, apesar das constantes mudanças no cenário social e cultural, ainda existem inúmeras diferenças e preconceitos, como a disparidade salarial entre homens e mulheres, o racismo, o ódio contra homossexuais, o machismo, enfim, a intolerância vigora plenamente no Brasil.

    Para lidar conscientemente com as diferenças, a dica é viver respeitando quem está a seu lado. Quanto mais amor for colocado nas ações, melhores serão os resultados na convivência. É preciso entender que o ser humano é livre para ser quem é. Simples assim!

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