• Brasil ainda engatinha no quesito educação

    Entre os principais entraves do Brasil mais discutidos no período de campanha eleitoral está a educação. No entanto, a realidade é um retrato de falsas promessas, pois em cada dez brasileiros, três não compreendem adequadamente o que leem e têm dificuldades para realizar cálculos básicos do dia a dia. 

    O dado foi revelado na pesquisa Ibope Inteligência, conduzida pela ONG Ação Educativa e instituto Paulo Montenegro. São os chamados analfabetos funcionais. Atualmente, 29% dos brasileiros são classificados nos níveis mais baixos de proficiência em leitura e escrita e 8% são analfabetos absolutos, ou seja, não sabem ler e nem escrever.  

    Acreditamos que o analfabetismo funcional acaba entrando em um círculo vicioso: campanhas de interesse público, como de vacinação, por exemplo, não são compreendidas. Afinal, esse público – que sabe ler e escrever – possui dificuldades para entender o que está sendo informado em um simples cartaz. Como o tema de discussão do semestre da Clínica Selles é a educação, vamos analisar um pouco mais o assunto neste post. Portanto, continue lendo! 

    Gargalos da educação brasileira 

     

    Especialistas são unânimes em uma opinião: a deficiência educacional só diminuirá quando houver investimentos consideráveis na formação básica. De 2009 a 2011, um em cada quatro brasileiros era considerado analfabeto funcional, ou seja, em nove anos houve poucos avanços. 

    Trata-se de um aspecto que evidencia a falta de comprometimento para melhorar a qualidade do ensino, ponto que toca na ausência de capacitações dos professores, poucos equipamentos disponíveis nas escolas, baixos salários, descaso com a formação de um povo crítico e também o descompromisso político com a causa. 

    Assim, como dizia o educador Paulo Freire, o desenvolvimento do país acaba não decolando de uma maneira eficaz, aumentando o desemprego por conta da falta de especializações e também fazendo com que grande parte da população viva em condições ruins, com baixos salários e problemas sociais consequentes da baixa escolarização. 

    Dessa maneira, as políticas públicas são essenciais para melhorar os índices apresentados até aqui. De acordo com os sociólogos Cláudio de Moura e João Batista Araújo e Oliveira, a educação de hoje é consequência de mais de quatro séculos de abandono. 

    “Tal desleixo nos deixou sequelas muito mais graves do que aquelas geradas por erros ou barbeiragens cometidas no século XX e, sobretudo, na sua segunda metade. Em meados do século XIX, nossos vizinhos argentinos tinham no seu presidente Rivadavia um grande defensor da educação. Sarmiento veio depois, patrocinando um forte surto de desenvolvimento da educação naquele país. No Uruguai, no mesmo fim de século, Varela adotou postura semelhante, colocando também em marcha um vigoroso processo de universalização do ensino….. A demanda por educação cresceu exponencialmente a partir dos anos 1960. Mas a demanda nunca foi pela qualidade. Primeiro foi a demanda por vagas, depois por prédios, em seguida por professores, mais tarde, e até hoje, por mais anos de escolaridade. Os governos — especialmente nos estados e municípios — foram extremamente competentes em responder a essa demanda quantitativa, apesar de contar com poucos recursos, incentivos e coerções”, escreveram no estudo “Por que a educação brasileira é tão fraquinha?”   

    Guerreiros em busca de uma vida melhor 

     

    Apesar de todas as deficiências, o Brasil é um país que conta com um povo batalhador. Tanto é que muita gente que já foi analfabeto funcional hoje faz faculdade ou até mesmo já concluiu o ensino superior. 

    Graças ao EJA (Educação de Jovens e Adultos), existente em muitas cidades, inúmeros cidadãos traçaram uma nova vida. Em Guaratinguetá, por exemplo, mais de 1.100 pessoas buscaram a conclusão dos ensinos fundamental e médio em 2013, ou seja, o comodismo já não é uma realidade tão evidente.   

    Com as facilidades da tecnologia, como as universidades virtuais, muita gente está conseguindo se formar, encontrando mais motivação na vida por meio da especialização em determinada área. É o que acontece com muitos técnicos de enfermagem que se tornam enfermeiros, professoras que só têm o magistério e concluem pedagogia ou um técnico em contabilidade que consegue o diploma de administrador de empresas, entre infindáveis exemplos. 

    Assim, mesmo com todas as deficiências, o Brasil já conta com ótimos exemplos de superação, fazendo com que as novas gerações sigam o exemplo que sempre dá certo: o caminho da educação. 

    E você, já está na onda da constante busca pelo conhecimento? Então compartilhe este post com amigos e familiares e estimule a leitura de conteúdos bacanas e reflexivos!

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