• Setembro Amarelo: Precisamos conversar sobre suicídio

    Apesar de complexo, delicado e cheio de tabus, o suicídio não pode mais ser ignorado pela sociedade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os casos somam cerca de 800 mil vítimas por ano, isso corresponde a uma morte a cada 40 segundos. Cada vez que uma pessoa atenta contra a própria vida, ao menos seis pessoas são diretamente impactadas.

    No ano de 2015 o suicídio foi considerado a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Quando trazemos estes dados para o Brasil, identificamos que 32 pessoas cometem suicídio todos os dias, um a cada 45 minutos. Dessa forma, desde 1990 o suicídio passou a ser tratado como um grave problema de saúde pública.

    A complexidade do assunto se dá pelo fato de que não gostamos de falar sobre coisas ruins e muitas vezes não somos capazes de entender os motivos que levaram a pessoa a pensar que a morte seria a única solução para seu sofrimento.

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    Centro de Valorização da Vida (CVV)

     

    No Brasil, o CVV atende de forma voluntária e gratuita, sob total sigilo, todos aqueles que queiram falar sobre o assunto. O atendimento funciona 24 horas, por meio do telefone 188, e-mail, chat e voip.

    Fatores de risco

    São basicamente quatro desafios enfrentados pela sociedade e pelos profissionais de saúde para identificar as pessoas que estão em risco ou são vulneráveis a ele.

    – Doenças mentais: De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), 50% dos suicidas tinham alguma doença mental identificada, não tratada ou não tratada de maneira adequada. Pacientes com mais de um transtorno psiquiátrico identificado, têm os riscos aumentados.

    – Aspectos psicológicos: Perdas recentes e histórias de abusos são exemplos de fatores de risco, principalmente quando associados ao consumo de substâncias químicas. Além disso, pacientes que já tenham tentado suicídio têm entre cinco e seis vezes mais chances de atentar novamente contra a própria vida.

    – Aspectos sociais: As mortes por suicídio acometem três vezes mais os homens do que as mulheres. Porém, as tentativas são três vezes mais frequentes entre elas. A explicação estaria no fato de os homens serem mais reservados para falar sobre problemas pessoais e, consequentemente, em buscar ajuda, resultado também da cultura na qual estão inseridos. Já as mulheres dispõem com mais facilidade de rede de contatos e de grupos de apoio que as auxiliam nas questões emocionais e psicológicas, o que amenizaria os riscos. Há também um índice elevado entre idosos. Os principais motivos são solidão, perda de cônjuges, doenças degenerativas dolorosas e sensação de dar trabalho para a família.

    – Condição de saúde limitante: As condições como doenças neurológicas, tumores e AIDS, por exemplo, são fatores de risco, principalmente, nos primeiros meses de diagnóstico e nos casos em que o paciente não responde bem ao tratamento.

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    O que fazer para ajudar quem pensa em suicídio?

    Apesar do sentimento de impotência frente à situação, podemos falar com a pessoa que sofre, sobre os seus sentimentos ou pensamentos em acabar com a própria vida. Falar sobre o assunto significa não ficar distante do problema ou tentar amenizar com outros pensamentos positivos sobre a vida.

    Um diálogo aberto, respeitoso, empático e compreensivo pode fazer a diferença. A escuta ativa deve estar sempre presente nesses diálogos. Caso o amigo não se sinta à vontade para se abrir, deixa claro sua disponibilidade para conversar em outras oportunidades ou indique os serviços do CVV.

    Empatia

    Devemos exercitar a empatia para conseguirmos nos colocar no lugar do outro sem necessariamente ter que passar pelo que o outro está passando. Nenhuma dor é maior ou inferior que a outra. Todos temos nossos sentimentos.

    Por isso, esteja a postos para ouvir sem rechaçar, esboçar expressões de choque ou reprimir, desmerecendo o que a pessoa sente. A conversa pode aliviar a angústia e a tensão geradas por esses pensamentos.

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