Com quantos anos conseguirei me aposentar? Quando poderei parar de trabalhar? Quanto irei receber? Essas são talvez algumas das dúvidas mais frequentes decorrentes do envelhecimento. E é totalmente comum se preocupar, afinal, quem não quer envelhecer de forma tranquila?
No Brasil, o envelhecimento populacional está relacionado com o aumento da expectativa de vida e a diminuição da taxa de fecundidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida ao nascer, em 2019, é de 80 anos para mulheres e de 73 anos para homens. A diferença está relacionada a três principais fatores: genética, hormônios, ocupação e comportamento.
Durante este processo de envelhecimento, enfrentamos transformações e questões relacionadas à identidade pessoal e social, pois passamos a questionar o sentido da vida e, diante desses aspectos, é necessário reorganizar essas mudanças e as novas limitações.
Envelhecer é humano, inevitável e envolve a todos, independentemente do contexto socioeconômico em que se esteja inserido. E é aí que encontramos a dificuldade, pois muitos chegam à velhice e não encontram garantidos seus direitos de maneira a usufruir com a qualidade necessária essa nova etapa da vida pós-trabalho.
Para um envelhecimento saudável, alguns fatores importantes podem influenciar as condições de alcance para a qualidade de vida, as quais podem variar de pessoa para pessoa, de forma positiva ou negativa: o nível socioeconômico, a atividade intelectual, os valores culturais, o estilo de vida, a satisfação com o emprego ou com atividades diárias e o ambiente onde vive.
Dentro de todo este processo está a aposentadoria. Sair do mercado de trabalho pode interferir diretamente nas relações sociais e na vida econômica. Além do processo de envelhecer nos deparamos com a necessidade de repensar o estilo de vida e muitas vezes nos adaptar a novas rotinas.
Para um trabalhador, a aposentadoria tornou-se um desafio, pois a maior preocupação atualmente está ligada a aspectos financeiros. Visto que as pessoas estão vivendo cada vez mais nos deparamos com uma “nova” realidade que não deve ser desconsiderada ou descontextualizada. A realidade no Brasil é que a maioria dos trabalhadores brasileiros não consegue alcançar com a “aposentadoria” a segurança financeira necessária para a manutenção de sua qualidade de vida.
Como encarar a aposentadoria?
Para os que ainda não estão aposentados, a aposentadoria requer bom planejamento sobre as opções de escolhas quando o momento chegar. É necessário pensá-la como um plano de ação (de vida), com metas e objetivos bem definidos sobre o que fazer e como fazer e, principalmente, saber lidar com o tempo e condições objetivas disponíveis.
Nesse sentido, pode-se dizer que, ao pensar em aposentar-se, o trabalhador necessita de reorganização do seu tempo para preencher possíveis lacunas na vida pós-trabalho. É importante dizer também que a decisão sobre continuar trabalhando ou aposentar-se definitivamente não é tarefa fácil, uma vez que, na maioria das vezes, somos reconhecidos pela nossa profissão e o que ela representa.
O que muda com a Reforma da Previdência?
A Reforma da Previdência irá extinguir a aposentadoria por tempo de contribuição, que é a mais comum, em que não é necessária idade mínima. Entretanto, quem já vem contribuindo para a previdência antes da reforma têm direito a algumas regras de transição, ficando no meio termo entre as antigas e as novas.
A proposta aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça no último dia 24 de abril percorrerá ainda um longo caminho no plenário da Câmara e, se aprovada, no Senado. O texto prevê mudanças na idade mínima, tempo de contribuição e cálculo do benefício. Além dos casos de aposentadoria do trabalhador rural, servidores públicos, professores, deputados federais e senadores, policiais civis, federais e agentes penitenciários e socioeducativos, Forças Armadas, policiais e bombeiros militares, aposentadoria por incapacidade permanente e pensão por morte.
Para entender melhor todas as mudanças, recomendamos a leitura deste artigo.
Posteriormente também será encaminhada ao Congresso uma proposta de criação do sistema de capitalização, que apenas os novos trabalhadores poderão aderir.
Posteriormente também será encaminhada ao Congresso uma proposta de criação do sistema de capitalização, que apenas os novos trabalhadores poderão aderir.
A família no processo de envelhecimento
Com alteração ou não, devemos desde jovens nos preocuparmos com o dia de amanhã. Além disso, oferecer apoio durante o envelhecimento de nossos familiares e participar do processo de adaptação à aposentaria. Nesse sentido, a importância em dar visibilidade aos idosos e suas configurações familiares no cenário atual não se resume apenas a sua expressiva e crescente parcela no total da população, mas, também, à constatação da importância desses dois fenômenos nas condições de vida da sociedade contemporânea.
Aposentadoria e envelhecimento são dois processos que costumam estar relacionados, pois o que aprendemos é que os sujeitos se aposentam e param de trabalhar ao envelhecer. É possível que, para muitos, aposentar-se signifique ter envelhecido e se tornado obsoleto, pois a chegada da aposentadoria concretiza o momento em que se percebe que o tempo passou e é necessário finalizar o ciclo de trabalho. Vale lembrar que o aumento da expectativa de vida, traz um novo cenário: em pouco tempo a população acima de 50 anos será maior que a de jovens, portanto é necessário repensar nosso conceito de trabalho e aposentadoria como aponta a MaturiJobs – (plataforma pioneira no Brasil, que reúne oportunidades de trabalho e com o objetivo de conectar pessoas maduras e experientes em busca de atividade e ocupação entre si e com empresas).
Por mais que o ato de envelhecer seja individual, o ser humano vive na esfera coletiva e, como tal, sofre as influências da sociedade. A vida é social e culturalmente construída, e a família está inserida neste convívio.
Pensando nisso e em todos os desafios dessa etapa da vida, a Clínica Selles oferece uma série de encontros mensais do grupo “Envelhecer”. Neste mês a reunião está marcada para o próximo sábado, 11 de maio, a partir das 9h. O tema será: Envelhecer e trabalho – O que pensamos sobre a aposentadoria?. Para participar, entre em contato conosco, as vagas são limitadas.
