A Organização Mundial da Saúde divulgou uma lista de problemas que podem causar muitas vítimas neste ano. As prioridades fazem parte de um novo plano estratégico para ampliar o acesso à saúde com melhor qualidade ao redor do mundo. A lista inclui o combate à poluição ambiental e às mudanças climáticas, infecções transmissíveis como o ebola, a dengue, a gripe e o HIV, doenças crônicas e outros desafios de saúde pública.
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Poluição do ar e mudanças climáticas
Segundo a OMS, nove a cada dez pessoas no mundo respiram ar poluído todos os dias. Isso pode resultar em 7 milhões de mortes por doenças como câncer, acidente vascular cerebral, doenças cardiovasculares e pulmonares. Além disso, 90% dessas mortes acontecem em países de baixa e média renda.
Vale lembrar que a principal causa de poluição do ar é a queimada de combustíveis fósseis, que também influencia na mudança climática, afetando mais uma vez a saúde das pessoas. Este é um fator que entre 2035 e 2050 poderá causar 250 mil mortes a mais por ano.
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Doenças crônicas não transmissíveis
Diabetes, câncer e doenças cardiovasculares se enquadram nas doenças crônicas não transmissíveis, que são responsáveis por mais de 70% das mortes no mundo.
O aumento da ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis tem sido impulsionado por cinco fatores de risco: o uso do tabaco, a inatividade física, o uso nocivo do álcool, as dietas pouco saudáveis e a poluição do ar.
Como uma coisa está ligada a outra, esses fatores também agravam problemas de saúde mental. Estes transtornos começam a surgir a partir dos 14 anos. O suicídio, por exemplo, é a segunda causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos.
A proposta da OMS é trabalhar em parceria com os governos para atingir a meta global de redução em 15% da inatividade física até 2030, e isso será feito a partir de uma série de políticas que incentivam as pessoas a serem mais ativas todos os dias.
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Pandemia de gripe
É certo que enfrentaremos outra pandemia de influenza, porém não sabemos ainda quando ocorrerá e quão grave será. Por isso, a OMS preocupa-se em monitorar constantemente a circulação do vírus da gripe e todos os anos recomenda quais mutações do vírus devem ser inclusas na vacina para proteger a população.
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Cenários de fragilidade e vulnerabilidade
Existem cenários frágeis em quase todas as regiões do mundo. São mais de 1,6 bilhão de pessoas vivendo em locais de crises prolongadas, como seca, fome, conflitos e deslocamento populacional. Dessa forma, os serviços de saúde básicos tornam-se mais dificultosos.
Esses contextos impossibilitam que as principais metas de desenvolvimento sustentável sejam atendidas, como saúde infantil e materna. Mas a OMS irá persistir no trabalho para que esses países fortaleçam seus sistemas de saúde, para detectar e responder a surtos de doenças.
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Resistência antimicrobiana
Apesar do desenvolvimento de antibióticos, antivirais e antimaláricos serem alguns dos maiores êxitos da medicina moderna, a eficácia de algumas dessas drogas está se esgotando. Isto porque a resistência antimicrobiana nos ameaça a retornarmos a uma época em que era quase impossível tratar uma infecção. E isso traz risco, pois a incapacidade de prevenir infecções pode comprometer seriamente cirurgias e procedimentos como a quimioterapia.
Esta resistência está associada ao uso excessivo de remédios antimicrobianos. A OMS trabalha para aumentar a conscientização e o conhecimento sobre o tema, reduzindo as infecções e incentivando o uso e aplicação adequado desses medicamentos.
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Ebola
No ano passado vivemos dois surtos de ebola na República Democrática do Congo e isso fez com que a doença se espalhasse para mais de 1 milhão de pessoas. Isso demonstra o contexto crítico de um agente patogênico que ameaça a saúde global.
O plano R&D Blueprint da OMS identifica doenças e patógenos com potencial de causar uma emergência de saúde pública, mas que carecem de tratamentos e vacinas eficazes. Esta lista de pesquisa e desenvolvimento prioritários inclui o ebola, febres hemorrágicas, o vírus zika, entre outras doenças.
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Atenção primária de saúde
Este é o primeiro ponto de contato que as pessoas têm com o sistema de saúde, que deveria fornecer ao longo da vida todos os cuidados necessários. Sistemas de saúde com uma atenção primária forte são necessários para se alcançar a cobertura universal de saúde.
Entretanto, muitos países não possuem instalações de atenção primária de saúde adequadas, por essa razão, em 2019, a OMS irá trabalhar com seus parceiros para revitalizar e fortalecer a atenção primária de saúde nos países e dar seguimento aos compromissos específicos assumidos na Declaração de Astana.
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Relutância em vacinar
A recusa da vacinação, apesar de sua disponibilidade, ameaça reverter todo o progresso obtido no combate a doenças que podem ser prevenidas por meio da imunização. Atualmente, previnem-se cerca de 2 a 3 milhões de mortes por ano. Outras 1,5 milhão de mortes poderiam ser evitadas se a cobertura global de vacinação tivesse maior alcance.
Doenças controladas como o sarampo, registrou aumento de 30% dos casos no mundo, devido a hesitação para vacinar. Em outros casos, países que estavam perto de erradicar a doença, registraram o seu ressurgimento.
As razões pelas quais as pessoas deixam de vacinar são complexas. Para este ano a OMS pretende intensificar os esforços para eliminar o câncer do colo de útero em todo o mundo, aumentando a cobertura da vacina contra o HPV, entre outras medidas. A Organização também está empenhada em incentivar a vacinação de todas as crianças, para erradicar definitivamente a poliomielite.
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Dengue
A dengue é uma doença comum em nosso país, transmitida por mosquitos e que causam sintomas parecidos aos da gripe. Há um crescente desta doença que pode ser letal e que leva a óbito até 20% dos pacientes.
O registro da dengue se dá nas estações chuvosas, mas no período de sazonalidade, quando não é comum, está aumentando significativamente, inclusive se espalhando para países menos tropicais e mais temperados, que não registravam a doença. A estratégia da OMS para controlar a doença visa reduzir as mortes em 50% até 2020.
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HIV
São quase 1 milhão de pessoas morrendo por HIV/AIDS a cada ano, mesmo que os progressos contra essa epidemia sejam enormes. Desde o início da doença, mais de 70 milhões de pessoas contraíram a infecção e, desse grupo, metade morreram.
Em 2019 a OMS irá trabalhar no incentivo ao autoteste, para que as pessoas que vivem com o HIV conheçam o seu diagnóstico e recebam o tratamento. Uma das atividades previstas será a difusão de novas orientações para empresas e organizações, com intuito de apoiar essas instituições no oferecimento de autotestes de HIV nos locais de trabalho.
Saúde mental e depressão
Vale ressaltar que campanhas anteriores que chamaram a atenção para transtornos como a depressão não saíram da lista de prioridades. Pois de acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2020 a depressão será a principal doença mais incapacitante em todo o mundo. Hoje existem razões suficientes para compreendermos que a nossa saúde mental deve ser tratada como prioridade desde a infância.
Apesar de não estar diretamente relacionada nos dez itens acima, a saúde mental é uma das condições prioritárias cobertas pelo Mental Health Gap Action Programme (mhGAP) da Organização Mundial da Saúde (OMS). O programa visa ajudar os países de baixa renda a aumentar os serviços prestados às pessoas com transtornos mentais, neurológicos e de uso de substâncias, por meio de cuidados providos por profissionais de saúde. Defendendo que cuidados adequados, assistência psicossocial e medicação, mesmo onde os recursos são escassos, podem ajudar dezenas de milhões de pessoas com transtornos mentais, incluindo depressão. Países que priorizam a saúde mental têm diminuído significativamente os índices de depressão e suicídio.
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