A sociedade que temos hoje é a idealizada pelas gerações passadas? Traz na prática os valores de liberdade, igualdade e fraternidade? Respeita as diferenças? Distribui renda? Auxilia os menos favorecidos? Conta com serviços públicos de qualidade? Está sendo conduzida por homens honestos e defensores da cidadania?
Se você não conseguiu responder positivamente a nenhuma dessas perguntas, caro leitor, sinto informar que o projeto falhou, não deu certo. Como tudo começa na educação, certamente existem vários gargalos que valorizam somente a conquista individual, a formação voltada ao mercado profissional, a permanência das elites no poder, enfim, a educação demonstra fragilidades dentro de abismos sociais, corrupção exacerbada, democracia principiante e violência em excesso.
Com uma modernidade tardia, o Brasil convive hoje com uma urgente necessidade de reforma no ensino, do básico ao superior, necessitando de muitos debates que envolvem a questão dos limites entre proteção e liberdade.
Enfim, a escola precisa, urgentemente, formar cidadãos pensantes e críticos, humanistas e éticos. Neste post, vamos apontar alguns caminhos pouco explorados, mas que necessitam ser analisados.
Será que a competitividade a todo custo é a solução?
Atualmente, uma realidade é regra no processo educacional: o incentivo à competitividade. Desde cedo somos convidados a participar de ranqueamentos, de simulados ou provas, fazendo com que as boas colocações se transformem em publicidade e marketing pessoal.
Muitas vezes, a valorização das maiores potencialidades humanas acaba ficando para segundo plano, enfraquecendo a liberdade individual ou coletiva. Com isso, o indivíduo é formado tecnicamente, muitas vezes negligenciando os desafios da coletividade e muito menos os paradoxos que nos rodeiam.
Dessa maneira, o preceito produção – recompensa acaba contribuindo com o consumismo a todo custo, ampliando as compulsões e, principalmente a individualização.
Como diz o filósofo polonês Zygmunt Bauman no livro O mal-estar da pós-modernidade, “a mobilidade líquida afeta as questões empresariais das escolas, pois se o aluno/cliente ficar insatisfeito, escolherá ou forçará as escolhas dos pais por outra escola, então uma escola/empresa não tem como impor o limite que gera o equilíbrio, a ética exige, poder-se-ia dizer, uma mencionada autolimitação”.
Como construir uma sociedade melhor por meio da educação?
Inúmeros pensadores são unânimes ao afirmar que a escola precisa caminhar juntamente com as famílias. É preciso integrar eventos que valorizem a comunicação, os relacionamentos, os laços afetivos e o contato humano propriamente dito.
Fundamentalmente, a dica é caminhar mais e correr menos. Ou seja, é preciso respeitar cada momento do ser humano. Criança precisa de atividades lúdicas, de interação com animais, natureza, coleguinhas, contos, estórias, tudo voltado ao estímulo da criatividade, como acontece em muitos projetos inovadores. Um exemplo é o método criado pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, fundador da antroposofia.
A pedagogia Waldorf procura integrar de maneira holística o desenvolvimento físico, espiritual, intelectual e artístico dos alunos. Quem quiser conhecer a metodologia pode visitar a página da unidade de Guaratinguetá, que fica na Colônia do Piagui. Trata-se de uma forma de demonstrar como aprender com a vida.
Além deste exemplo, também podemos encontrar em nossa cidade algumas escolas com uma educação dinâmica e integrada, que se preocupam em formar pessoas mais solidárias, mais abertas e críticas, pois uniram o currículo tradicional a projetos inovadores. Conheçam o projeto da Oficina de teatro da Profª Maria Beatriz Raposo Gomes e o projeto de pesquisa do segundo ano do ensino médio, onde os alunos são convidados a experimentar a pesquisa e importantes e motivadoras descobertas no Colégio Fênix.
Quanto mais a liberdade de expressão e de criação são estimuladas, maiores serão as chances dos futuros adultos se encontrarem na caminhada da vida, fazendo o que gostam e trabalhando com prazer.
Portanto, não torne a educação um peso. O aprendizado deve ser motivo de estímulo a continuidade, sem prazo para terminar. Afinal, quando teremos todas as respostas?
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