É muito comum que durante a fase da adolescência ocorram mudanças significativas nas relações familiares. Isso pode ocasionar o aumento de conflitos entre pais e filhos. O adolescente passa por uma etapa de grande intensidade emocional. Tudo é muito!
Uma das manifestações deste processo natural é a necessidade, por parte do adolescente, de se afastar da família, “ficar mais na sua”. E então, nos deparamos com mais um motivo de conflito.
É muito comum que os jovens manifestem ataques de raiva, isolem-se em seus quartos, busquem apoio em outras pessoas – que não os pais, ou passem a apresentar comportamentos desafiadores. Os adolescentes desafiam o sistema familiar porque essa é a natureza de seu desenvolvimento. Por isso maior a probabilidade de surgirem comportamentos de risco. Em breve abordaremos o tema: Comportamento de risco.
O papel dos pais
Quando somos crianças, os pais são considerados ponto de referência, um porto seguro de equilíbrio e calmaria. Na adolescência, essa visão muda, e o adolescente começa a questionar as normas da casa, tentando escolher seu próprio caminho, tomar as próprias decisões, estabelecendo vínculos com pessoas fora do círculo familiar e com pouca aceitação do que os pais julgam o melhor para ele.
Para os pais, essa aparente perda de autoridade somada à dificuldade de aceitação do crescimento dos filhos e multiplicada pelo reconhecimento do próprio envelhecimento – ainda que ocorra de forma natural, é uma fórmula que leva a um resultado de muitos conflitos de relacionamento com o adolescente.
A questão da proteção que os pais insistem em exercer sobre seus filhos adolescentes pode ser considerada uma das situações mais conflitantes no relacionamento entre pais e filhos. Quando os adolescentes se sentem autônomos, a proteção dos pais pode gerar revolta, invasão à privacidade, e limitação de escolhas, por se sentirem tratados ainda como crianças.
Ser pai de um adolescente é estar disponível quando ele solicita ajuda. Mas não significa ficar imóvel quando o filho está tomando decisões que podem ser prejudiciais. A forma como irá intervir em uma situação como esta é que faz a diferença.
Devemos nos lembrar de que adolescentes não são adultos, portanto necessitam contar com a família, para que lhe garantam as necessidades de afeto, segurança e estrutura. Sendo assim, em momentos de maior conflito, poderão identificar a necessidade de uma intervenção com um profissional da saúde para que fique tudo bem e evitar que a situação saia dos trilhos.
Portanto, sabemos que as mudanças e alterações de humor são comuns, mas assim como tudo, tem limites. E os pais devem estar atentos para perceber até que ponto são alterações naturais do desenvolvimento humano, ou se esses conflitos tornaram-se problemas maiores. Uma orientação ou terapia familiar, realizada por profissionais da saúde mental, neste contexto, possibilita que os conflitos e dificuldades sentidas com a transição para a vida adulta, ocorram de maneira mais agradável para todas as partes.
Comunicação e influência
Tendo em vista a importância da comunicação familiar nessa fase, percebemos o papel fundamental dos pais. Ainda que esta tarefa esteja mais inclinada a ser de responsabilidade da mãe, ambos devem preocupar-se em construir e estabelecer bom relacionamento com os filhos.
Apesar de necessária a clareza nas regras que garantem os pilares da vida adolescente, vale apostar num aumento da flexibilidade das fronteiras e na forma de expressar a autoridade para manter a harmonia familiar.
Para que as características do comportamento dos pais reflitam de forma positiva nos filhos, torna-se necessário o afeto, a compreensão e posturas flexíveis, assim, a convivência poderá ser prazerosa e saudável.
Como está o seu relacionamento com seus filhos adolescentes? Conhece alguém que está passando por essa situação? Entre em contato conosco e saiba como pode melhorar o convívio com o adolescente.
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